Estamos em 2020, um tempo extraordinário, que nos desafia e impulsiona.
O desafio, tira-nos o tapete do usual, do conforto, do conhecido, enquanto o que impulsiona, leva-nos à descoberta, inovação e criatividade.
Ao longo destes meses inéditos, cercados por uma pandemia desconhecida, temos feito este percurso, passando do desafio ao impulso, como medida de sobrevivência imediata, resposta ao apelo natural da vida e às condições em que nos encontramos.
Este primeiro passo, está certo, e sido feito com a mestria e o rigor possíveis.
É a adrenalina libertada pelo corpo, a pôr-nos em movimento, e o que nos move é a parte do nosso cérebro que responde à necessidade da sua própria sobrevivência.
Ainda estamos nesta fase, mas começamos a ter de olhar mais longe. E, quando isso acontece, o desafio e o impulso podem entrar em colisão, tentando anular-se mutuamente.
No entanto, para avançarmos, o lado impulsionador necessita de um estímulo consistente, visionário e duradouro.
Que desperta a vida que há em nós, a crescer, desenvolver-se e evoluir, em dimensões e abordagens que respondam aos anseios da natureza das pessoas, independentemente dos contextos em que se encontram.
Porque, se deixarmos, ainda que por um momento, que o desafio se torne desânimo, este vai crescer e rapidamente nos intoxica de stress, frustração e medo, tirando a vitalidade estimulante e transformando-se em derrota.
Este caminho é bem mais rápido do que o impulsionador, e as suas consequências podem ser devastadoras.
Investigando os acontecimentos, parece claro que nos encontramos num ponto crítico, de viragem e escolha.
O que poderá acontecer se não abraçarmos a natureza estimulante e deixarmos que a derrota nos destrua?
Conheci, no decurso desta pandemia, um arquitecto bem-sucedido, mas que não encontrava propósito no seu trabalho, e que corajosamente se demitiu, com base nesta afirmação:
“Estou pronto para gritar bem alto, que estou aqui para realizar o meu propósito de vida e servir aos outros constantemente, todos os dias até ao fim dos meus dias.”
A base desta decisão é PROPÓSITO: independentemente do que fazemos, onde e como fazemos, a chave que precisamos encontrar reside na pergunta: “que significado/propósito tem para mim aquilo que faço?”.
Este é o verdadeiro impulso que obriga a agir para criar, mas nem sempre é fácil responder-lhe.
É por isso que a minha proposta é ir por um caminho alternativo, paralelo: a criação de uma zona neutra, onde o mindset (sistema de crenças) não seja chamado a intervir.
Nessa zona neutra, desvenda-se em 2020, um tempo extraordinário, onde se evidencia uma transformação, que desperta de forma autêntica e natural, que, espontaneamente, gera impacto sobre todo o ecossistema pessoal e profissional.
É um desabrochar consistente, firme e transformador, que apela ao corpo, à mente, às emoções, sem conflito ou tensão.
Ainda que possa parecer utopia, a verdade é que os maiores sucessos foram estabelecidos e sobre os alicerces deste princípio.
Nos próximos artigos, vou aprofundar o meio para que o desabrochar aconteça.
Mantenha-se ligada/o, e até já,
